A naginata (なぎなた, 薙刀) é uma das diversas variedades de laminas tradicionalmente japonesas (nihonto) na forma de uma arma de haste. Naginata foi originalmente usada pela classe samurai do japão feudal, assim como pelos ashigaru (soldados de infantaria) e os sohei (monges guerreiros). A naginata é uma arma icônica da onna-bugeisha, um tipo de guerreiro feminino pertencente a nobresa japonesa.
Naginata usada pelos homens e monges guerreiros eram a ō-naginata. A versão usada por mulheres eram chamada ko-naginata. Como a naginata tem uma haste é mais pesada e mais lenta que a espada japonesa. A lamina da ko_naginata era menor do que a dos guerreiros masculinos (ō-naginata) para compensar pela altura menor e força na parte superior do corpo da mulher comparado ao samurai masculino com armadura.
DESCRIÇÃO
Uma Naginata consiste em um poste de madeira ou metal com uma única lâmina curvada no final da arma. A Naginata tem uma proteção circular entre a lâmina e o eixo quando deve ser montada em um koshirae. Como mencionado anteriormente, a naginata do samurai é forjado como o de uma espada; mesmo processo e tudo. A lâmina é removível embora ela seja fixada com a ajuda de um pino de madeira. Uma bainha de madeira cobre a lâmina quando não está em uso.A explicação mais simples sobre como esta arma foi desenvolvida pode ser creditada à necessidade de armas em massa que podem ser usadas por qualquer um. Lutar em formação maciça com o uso desta arma permitia que os soldados com pouca habilidade lutassem bem.
A Lamina da naginata possui entre 30 a 60 cm, ja sua haste de madeira possui entre 120 a 240 cm
História
A naginata foi desenvolvida a partir de um tipo de arma anterior do final do primeiro milênio, o hoko yari. É difícil dizer quando a naginata apareceu pela primeira vez. Embora muitas vezes alegado como sendo inventado pelo sōhei durante o período Nara, a evidência física de sua existência data apenas no meio do período Kamakura, e fontes literárias anteriores são ambíguas. As primeiras referências claras a naginata datam de 1146 no final do período Heian, com alguém sugerindo que a arma pode ter sido recente. Fontes do século 10 a 12 referem-se a 'espadas longas' que, enquanto um termo medieval comum ou ortografia para naginata, também poderiam estar simplesmente se referindo a espadas convencionais; uma fonte descreve uma naginata sendo desenhado com o verbo nuku, comumente associado com espadas, ao invés de hazusu, o verbo usado de outra forma em textos medievais para naginata de desembainhar.
Algumas menções de hoko nos séculos XI e XII podem na verdade estar se referindo a naginata. A associação comumente assumida da naginata e do sōhei também não é clara. Obras de arte dos séculos 13 e 14 retratam o sōhei com naginata, mas não parecem atribuir nenhum significado especial a ele: as armas aparecem apenas como parte de um número de outras levadas pelos monges, e são usadas por samurais e plebeus. Representações do sōhei armados de naginata em períodos anteriores foram criados séculos após o fato, e provavelmente estão usando a naginata como um símbolo para distinguir o sōhei de outros guerreiros, ao invés de dar um retrato preciso dos eventos.
Durante a Guerra de Genpei (1180–1185), na qual o clã Taira foi colocado contra o clã Minamoto, a naginata alcançou uma posição de alta estima, sendo considerada uma arma extremamente eficaz pelos guerreiros. Batalhas de cavalaria tornaram-se mais importantes a essa altura, e as naginataa se mostraram excelentes em desmontar e desarmar cavaleiros. A adoção generalizada da naginata como arma de campo de batalha forçou a introdução de caneleiras como parte da armadura japonesa. A ascensão da importância para as naginatas pode ser vista como espelhada pelo Pike europeu, outra longa arma empregada contra a cavalaria. A introdução em 1543 de armas de fogo na forma de pavio (tanegashima) causou uma grande diminuição no uso da naginata no campo de batalha. À medida que as táticas do campo de batalha mudavam, a yari (lança) tomava o lugar da naginata como a arma escolhida.
Durante o Período Edo, como as naginatas se tornaram menos úteis para os homens no campo de batalha, tornou-se um símbolo do status social das mulheres. Uma naginata funcional era muitas vezes uma parte tradicional do dote de uma filha samurai. Embora eles normalmente não lutassem como soldados normais, esperava-se que as mulheres da classe samurai fossem capazes de defender suas casas enquanto seus maridos estivessem em guerra.
A naginata era considerada uma das armas mais adequadas para as mulheres, pois permite que a mulher mantenha os oponentes à distância, onde as vantagens em altura, peso e força da parte superior do corpo seriam reduzidas. Um excelente exemplo do papel das mulheres na cultura marcial japonesa é Hangaku Gozen, que, famosa por suas habilidades com a naginata, liderou a guarnição de 3.000 guerreiros estacionados no castelo de Toeizakayama. Dez mil guerreiros do clã Hōjō foram enviados para tomar o castelo, e Hangaku levou suas tropas para fora do castelo, matando um número significativo de atacantes antes de ser dominado. As naginata viram seus usos finais em combate em 1868, em Aizu, e em 1876, em Satsuma.
Devido à influência da ocidentalização, após a Restauração Meiji, o valor percebido das artes marciais, a naginata incluída, caiu severamente. Foi a partir desta época que o foco do treinamento se tornou o fortalecimento da vontade e a criação da mente e do corpo. Durante o período Showa, o treinamento naginata tornou-se parte do sistema de escola pública em 1912, e 'continua a ser um marco da educação física das meninas.
Desde a Segunda Guerra Mundial, o naginata tem sido praticado principalmente como um esporte com uma ênfase particular na etiqueta e disciplina, e não como treinamento militar.
Embora associado a um número consideravelmente menor de praticantes, um número de sistemas koryu bujutsu (artes marciais tradicionais) que incluem formas mais antigas e combativas de naginatajutsu permanecem existentes, incluindo kukishiden Ryu, Suio Ryu, Roku Ryu, Ryu Ryik, Higo Koryu, Tenshin Shoden Katori Xintoísmo Ryu, Toda-ha Buko Ryu e Yoshin ryu, alguns dos quais autorizaram representantes fora do Japão.
Aqui um pequeno vídeo de Hatsumi e os dai-shihans da bujinkan no final da década de 90 demonstrando um pouco de naginatajutsu
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